QUASE UMA DESPEDIDA

Era para ser uma manhã como outra qualquer, acordar, olha e as redes sociais e voltar a dormir, mas meus olhos nem abriram e eu já comecei a pensar um milhão de coisas, fazer planos, e pensar no quão burra sou, e é aí que começa, penso no quanto sou fraca, e que sou tão inútil a ponto de não saber o que fazer e simplesmente começar a chorar.
A vida está desabando por cima de mim e os entulhos não me deixam levantar, aqueles que poderiam me ajudar, me adoecem, eles são aquelas pessoas que você chamam de "família"! Acostumada em ser a culpada de tudo dar errado, acostumada a leva e tapa na cara dos mais próximos e receber carinho dos mais distantes, acostumada a ser sempre errada e maltratada. Tenho em minha cabeça milhões de pensamentos agora, como descontar minha raiva em meu próprio corpo, mas isso não vai resolver, a morte seria uma ótima solução talvez, eu me livraria dos problemas e as pessoas se livrariam de mim, mas como? quando? Ano de vestibular, pressão em todo lado, enfermagem, psicologia, estudar fora, arrumar casa e emprego, e ainda tem aquela parte que não da para esquecer, já que a única frase que grita a minha cabeça é !eu quero ser livre". Livre para amar, livre para ser quem eu quero, livre para andar de mãos dadas, livre a ponto da minha família parar de me odiar por ser lésbicas. Desculpa o texto tão dramático, mas é escrevendo que eu consigo desabafar, e quando pego o lápis a imaginação se junta com o desespero e é esse o desfecho de um texto feito por uma garota que sofre com distúrbios psicológicos, que é a personificação da ansiedade, e que é perdida na depressão.